terça-feira, 12 de junho de 2007

Mudanças no centro causam transtornos e mudam a paisagem das ruas

Juliana Fernandes

As obras de melhoria e revitalização das ruas do centro de Belo Horizonte começaram há mais de 6 meses e durante todo esse período, moradores e comerciantes tentam se adaptar às mudanças e obstáculos que impedem o trânsito normal no local. Os motoristas aprenderam a ter paciência para enfrentar os constantes engarrafamentos e para quem mora ou trabalha nessas ruas restou a companhia de muita poeira e do barulho das máquinas.

Segundo a gerente de loja Kelly Maria, a construção atrapalha muito o movimento do comércio. Segundo ela, as vendas caíram bastante. Ela não acredita que as obras possam trazer tantos benefícios práticos ao fluxo na rua, mas espera que com o término delas, o faturamento da loja volte ao normal.

A estudante Tamires Camila Braga também não vê muitas melhorias. “A única coisa concreta que vejo é que a rua vai ficar mais bonita", comenta.

Todas as obras realizadas no centro da cidade são tocadas por empreiteiras. Segundo a técnica de segurança do trabalho de uma delas, Marlene Rodrigues, apesar dos transtornos, depois de concluído o projeto a rua terá melhorias não só nas tubulações de esgoto, mas também nos passeios. “Além de trazer benefícios para toda a área urbana, projetos como esse geram emprego e ajudam a fortalecer a economia do estado”, comenta ela.

O síndico Odilar Pinto Caldeira, é aposentado e mora na rua Rio de Janeiro a muitos anos. Ele conta que acompanha de perto as mudanças que estão ocorrendo e elogia o projeto. “Maravilhoso, valorizou os imóveis na região a exemplo do que já está acontecendo com os imóveis próximos dos trechos da Linha Verde. Mesmo sem a conclusão da obra, apartamentos no meu edifício já foram valorizados em 100%”. Mas, apesar dos benefícios, ele acha que obras como estas deveriam ser feitas aos poucos. “Acho que deveriam fazer cada quarteirão de uma vez. Durante o dia vejo que o mesmo trabalho feito por uma empreiteira acaba sendo repetido por outra. Entram em conflito e com isso, ocorrem os atrasos de conclusão, prejudicando o comércio.”

Juliana Fernandes

A gerente Celma Maria Pereira conta que para os comerciantes os problemas são inúmeros. Além da sujeira e dificuldade de locomoção na rua e passeios, em meio a todo o material da construção, não podem mais fazer publicidade. “A prefeitura esta sendo muito radical. Em um período que está já sendo difícil financeiramente ainda estamos sendo multados a cada 5 dias por não entrarmos nas especificações de fachadas que eles exigem”, comenta. Ela alega que alguns dos prédios são antigos e não suportam as mudanças.

Depois de liberada, a Rua Rio de Janeiro ganhará passeios mais extensos, o trânsito será apenas em um sentido e terá rampas de acesso que facilitará a locomoção de portadores de necessidades especiais. Além dessas rampas para cadeiras de rodas, os cruzamentos vão ganhar caixas de som com o canto de pássaros e árvores com cheiros específicos para guiar os deficientes visuais e auditivos.

A assessoria de imprensa da Prefeitura disse que a previsão de conclusão das obras da rua Rio de janeiro é em julho, mas a técnica de segurança da empreiteira entrevistada nessa matéria afirma que não há previsão de término.